20 de setembro de 2011

Doces avôs e avós

Hoje o RoRo e a Lalinha foram ao clube com meu sogro. Achei que não precisava de mochila com troca de roupa; iam brincar no parquinho. Duas crianças já são o bastante para tomar conta, quem dirá mais uma mochila! Saíram de casa felizes e voltaram mais ainda.

"Tô pelaaada", disse a Lalinha. E estava só de camiseta. Não tinha escapado xixi. Tinha entrado na piscina de short e depois não quis ficar molhada, claro. Nunca imaginei que ela fosse querer nadar, afinal, piscina não é seu forte. O avô improvisou uma saia de toalha, que serviu para acompanhá-la do clube até em casa.

Mas ela não estava só "pelaaada". Da sua boca exalava um cheiro de tuti-fruti daqueles... O avô, como todo avô que se preze, atendeu ao seu pedido de comprar-lhe "chiqueti". Doce avô...

Por causa de doces, já briguei muito com minha mãe, sócia com meu pai de um armário que mais parece uma bomboniere. Desisti de brigar, e quando vamos na casa deles meus filhos podem comer o que quiserem e quanto quiserem. Se o estoque está baixo, vão com meu pai na loja de chocolate, onde cada um tem o direito de escolher o que quiser. Que delícia!

Em casa doce é contido. Guloseimas de lembrancinha de aniversário quase sempre ganham asas e voam... Mas quem sou eu para proibir as pequenas transgressões cometidas pelos avós? Minhas melhores lembranças dos meus são das pequenas coisas que em casa eram proibidas, como fazer vitamina com fruta de verdade no liquidificador de brinquedo, usar esmalte pink, comer sacos de bala e até passar trote em casa de paquera meu para saber se ele estava na cidade (sim, minha avó paterna fez isso... não existia bina!). Avô (e avó) foram feitos para mostrar para os netos o que os pais não podem mostrar (mesmo que adorem!). E isso, explica a pergunta que o RoRo já me fez algumas vezes: "Por que na casa da vovó Carmen tem porcaria e em casa não?". Porque, eu respondi, a casa da vovó Carmen é casa de avó e a nossa não. Bom ter avôs e avós!

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