2x mãe
é o meu espaço, e um espaço para quem mais se interessar, para registrar, desabafar, refletir, questionar e rir das experiências da vida de mãe, de pai, de filho...
19 de setembro de 2012
Mudança de endereço
Escrever, pensar nos filhos... não deixei esta paixão de lado, apenas mudei de endereço. O 2x mãe ficou pequeno. Falar somente da minha experiência materna não estava mais sendo suficiente para mim. Partindo dela, mas também da experiência como psicóloga, estou agora no blog Ninguém cresce sozinho escrevendo sobre educar filhos nos dias de hoje e o processo de construção da parentalidade. Te encontro por lá!
1 de junho de 2012
Emoções de mãe
Uma das mudanças mais marcantes que me aconteceu com a maternidade é que passei a chorar menos. Ainda não sei ao certo qual o motivo, mas sei que o sentido da vida mudou e chorar passou a ser sinônimo de intensa emoção, alegre ou triste.
Mãe emotiva, bobona para alguns, vim chorando sozinha do judô do RoRo para casa. Ele queria fazer as aulas, mas o começo foi tão difícil, se perdia nos golpes (que diga-se de passagem, exigem uma coordenação e tanto), relutava em entrar no tatame, mas foi, cresceu, aprendeu e chegou a hora da primeira prova de mudança de faixa. Não dá para não marejar os olhos. Enfrentar o que era difícil, juntos, ele, o professor e eu, já foi uma vitória. A prova já aconteceu. Trocou a faixa do medo do desconhecido pela faixa do desafio de desbravar o novo. Não tem, para uma mãe, emoção mais intensa do que ver seu moleque crescer de forma tão bonita.
Mãe emotiva, bobona para alguns, vim chorando sozinha do judô do RoRo para casa. Ele queria fazer as aulas, mas o começo foi tão difícil, se perdia nos golpes (que diga-se de passagem, exigem uma coordenação e tanto), relutava em entrar no tatame, mas foi, cresceu, aprendeu e chegou a hora da primeira prova de mudança de faixa. Não dá para não marejar os olhos. Enfrentar o que era difícil, juntos, ele, o professor e eu, já foi uma vitória. A prova já aconteceu. Trocou a faixa do medo do desconhecido pela faixa do desafio de desbravar o novo. Não tem, para uma mãe, emoção mais intensa do que ver seu moleque crescer de forma tão bonita.
21 de maio de 2012
Onde está a dúvida?
Outro dia a Lalinha me perguntou por que todo mundo dizia que o cabelo dela era lindo... A foto responde.
11 de abril de 2012
Ser mãe de mais de + de 1
Normalmente o filho único queixa-se por não ter um irmão. Tenho dois e sempre achei bom poder dividir. Mas dividir mesmo eu aprendi quando tive minha filha, a segunda. Eu ouvia que o "problema" do segundo filho era o primeiro (suas demandas), mas nunca me contaram que é o segundo filho que nos ensina intensamente a matemática louca da vida: somar, dividir, subtrair e multiplicar. Com o primeiro a gente vai vivendo e aprendendo com muito mais tempo e dedicação; afinal, é apenas um.
Lembro-me com muita clareza da cena em que tive o insight do que era a matemática materna: eu amamentava a Lalinha e o RoRo me pedia colo para tomar sua mamadeira (eles têm um ano e onze meses de diferença). A cena já tinha ocorrido algumas vezes, mas esta em que tomei consciência do sentimento de ter que me dividir foi única e fundamental para eu ter a certeza de que é maravilhoso ter mais do que um filho, não sob o ponto de vista da criança, mas sob o ponto de vista da mãe, que ganha uma elasticidade muito grande para ser e estar na relação com os filhos (e todas as outras pessoas). Acho que um único filho ensina isto, mas não com a mesma intensidade que dois, e imagino, três, quatro... Parei nos dois e tenho belas lições todos os dias. Uma delícia!
Lembro-me com muita clareza da cena em que tive o insight do que era a matemática materna: eu amamentava a Lalinha e o RoRo me pedia colo para tomar sua mamadeira (eles têm um ano e onze meses de diferença). A cena já tinha ocorrido algumas vezes, mas esta em que tomei consciência do sentimento de ter que me dividir foi única e fundamental para eu ter a certeza de que é maravilhoso ter mais do que um filho, não sob o ponto de vista da criança, mas sob o ponto de vista da mãe, que ganha uma elasticidade muito grande para ser e estar na relação com os filhos (e todas as outras pessoas). Acho que um único filho ensina isto, mas não com a mesma intensidade que dois, e imagino, três, quatro... Parei nos dois e tenho belas lições todos os dias. Uma delícia!
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3 de abril de 2012
Quem cochicha o rabo espicha
O RoRo divide bastante seu dia a dia conosco. No jantar de ontem contou que as meninas da sua classe cochicham. Perguntei se ele sabia o que era cochichar e ele explicou o que era gesticulando, colocando a boca perto do ouvido do pai, escondida por sua mão. Muito bem. Sabia o que falava. Dissemos que quando as amigas cochicharem ele pode dizer: “quem cochicha o rabo espicha”, mas que ele não poderá achar ruim se elas responderem: “quem reclama o rabo inflama”. Ele achou divertido.
Hoje, voltando da escola (que pena que muitos pais perdem este fantástico momento seguido de tantas experiências ricas), ele diz que as amigas não cochicharam. Repetimos a parlenda e perguntei-lhe se ele sabia o que era espichar. A resposta foi negativa. Expliquei que espichar era crescer, crescer bem rápido.
Lalinha, mais do que depressa, disse: “a tia do Vitor cochicha!”. Aos desavisados, a tia do Vitor é, no imaginário da Lalinha, a mulher mais alta do mundo! Ela espichou demais. Será que cresceu muito por que cochichou na escola, como as amigas do RoRo?!
Hoje, voltando da escola (que pena que muitos pais perdem este fantástico momento seguido de tantas experiências ricas), ele diz que as amigas não cochicharam. Repetimos a parlenda e perguntei-lhe se ele sabia o que era espichar. A resposta foi negativa. Expliquei que espichar era crescer, crescer bem rápido.
Lalinha, mais do que depressa, disse: “a tia do Vitor cochicha!”. Aos desavisados, a tia do Vitor é, no imaginário da Lalinha, a mulher mais alta do mundo! Ela espichou demais. Será que cresceu muito por que cochichou na escola, como as amigas do RoRo?!
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20 de março de 2012
Aprendendo a escrever
É uma delícia acompanhar uma criança em suas hipóteses sobre a linguagem escrita. Esta, da Lalinha, achei fantástica: "morango começa com vaca, olha só, muuuu!". Tentativa e erro não deixa de ser uma forma das crianças aprenderem e a gente se divertir!
MO = MU
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15 de janeiro de 2012
Álbum de figurinha
Já tínhamos comprado alguns álbuns de figurinha para as crianças, mas nunca levamos isto a sério. Eles gostavam de colar as figurinhas onde fosse atraente e não no espaço reservado nos álbuns. Os álbuns ficavam encostados e as figurinhas enchiam gavetas ou enfeitavam seus desenhos. Figurinha tinha conotação de cartela de adesivo.
No semestre passado, depois de um passeio com os avós, o RoRo chegou em casa com o álbum de figurinhas do Carros 2 e alguns pacotinhos de figurinhas. Ele curtiu abri-los, espalhar pelo chão e procurar pelos números, página a página. Depois, contou quantas figurinhas tinha em cada página, quantas tinham em todo o álbum e quantas eram as repetidas. O álbum, pela primeira vez, fez sentido em ser colecionado; deixava de ser mero apelo de consumo para ter uma finalidade educativa. Reconhecer números iguais, ler os números que ultrapassavam a centena, contar quantas figurinhas tinha e quantas faltavam para completar o álbum exercitava sua matemática. Havia também o exercício motor de descolar e colar o adesivo dentro de um campo delimitado e a tentativa de aprimorar a habilidade social da troca.
Os álbuns foram parar na escola e em encontros onde os pais ajudavam os filhos a entender o conceito da troca de figurinha. Com 4-6 anos, a criança não troca figurinha, no sentido literal de dar uma e receber outra. Eles dão aos amigos as repetidas ainda num espírito mais cooperativista do que competitivo. Enquanto pais tentam ajudar seus filhos com uma lista das figurinhas faltantes e repetidas, as crianças sabem, visualmente, quais têm ou não. Sabem, inclusive, o que tem ou não nos álbuns dos amigos. Isto é mais rico do que a troca de figurinha que queríamos ensinar. A troca, nesta idade é doação, é compartilhamento, é interesse pelo outro!
Como mãe que jogou bafo, sinto saudades da época em que as figurinhas eram coladas, mais leves do que as adesivadas de hoje, e permitiam através do jogo mais uma gostosa brincadeira. Mesmo sem poder "bafar", dá para aprender e brincar muito com álbum de figurinha!
No semestre passado, depois de um passeio com os avós, o RoRo chegou em casa com o álbum de figurinhas do Carros 2 e alguns pacotinhos de figurinhas. Ele curtiu abri-los, espalhar pelo chão e procurar pelos números, página a página. Depois, contou quantas figurinhas tinha em cada página, quantas tinham em todo o álbum e quantas eram as repetidas. O álbum, pela primeira vez, fez sentido em ser colecionado; deixava de ser mero apelo de consumo para ter uma finalidade educativa. Reconhecer números iguais, ler os números que ultrapassavam a centena, contar quantas figurinhas tinha e quantas faltavam para completar o álbum exercitava sua matemática. Havia também o exercício motor de descolar e colar o adesivo dentro de um campo delimitado e a tentativa de aprimorar a habilidade social da troca.
Os álbuns foram parar na escola e em encontros onde os pais ajudavam os filhos a entender o conceito da troca de figurinha. Com 4-6 anos, a criança não troca figurinha, no sentido literal de dar uma e receber outra. Eles dão aos amigos as repetidas ainda num espírito mais cooperativista do que competitivo. Enquanto pais tentam ajudar seus filhos com uma lista das figurinhas faltantes e repetidas, as crianças sabem, visualmente, quais têm ou não. Sabem, inclusive, o que tem ou não nos álbuns dos amigos. Isto é mais rico do que a troca de figurinha que queríamos ensinar. A troca, nesta idade é doação, é compartilhamento, é interesse pelo outro!
Como mãe que jogou bafo, sinto saudades da época em que as figurinhas eram coladas, mais leves do que as adesivadas de hoje, e permitiam através do jogo mais uma gostosa brincadeira. Mesmo sem poder "bafar", dá para aprender e brincar muito com álbum de figurinha!
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11 de janeiro de 2012
Um dia chuvoso no Instituto Butantan
Férias na própria cidade merece uma dose de criatividade para não ter cara de fim de semana comum. Ontem, foi dia do RoRo e da Lalinha dormirem na casa da tia com as primas. Hoje, claro, não queriam se separar. Chovia, mais fino, mais grosso, aquela chuva intermitente, que molha se não estivermos protegidos. Se a tarde e a noite de ontem foram da minha irmã, nada mais justo do que hoje ser meu dia de entreter a galerinha.
Viemos para casa. Eu não estava afim de manter confinadas quatro crianças em um apartamento. Já tinham assistido à TV e explorado quase todos os brinquedos de casa até a hora do almoço. Com chuva, difícil saber quem enlouqueceria antes, eles ou eu (acho que eu!). Por isto, eu procurava um passeio que tivesse cara de lazer, que fosse barato, divertido e novo, que ocupasse a toda a tarde e que fosse perto de casa. Quando estou com as quatro crianças, 3 de 3 e 1 de 5 no meu Paliozinho, meu raio de circulação tem que ser curto (eu infrinjo a lei com duas crianças no meio de duas cadeirinhas, uma no colo da outra). Embora tenha um shopping bem pertinho de casa, abomino a cômoda opção garagem-garagem que os shoppings oferecem. Primeiro por associar lazer a consumo. Segundo, porque criança nesta idade pode bem se molhar em chuva de verão. Não tive dúvida, a opção que atendia a todos os meus requisitos: Instituto Butantan.
Lá fomos nós, a mãe-tia maluca – avessa à shopping, dona de um carro popular onde é fisicamente impossível ser correta transportando 4 crianças em 4 cadeirinhas, e que adorava tomar chuva na infância –, as 3 princesas-bailarinas (trajando saias cor de rosa de fantasias indefinidas, rostos pintados e chinelos de dedo) e nosso guia turístico (já visitara o Instituto no ano anterior) e mediador (às vezes provocador) de encrencas. Um cutucão daqui e outro dali, logo nos deparamos com um lugar lindo. Depois de pelo menos 30 anos da minha única visita aoButantan, não tinha a menor lembrança ou ideia de que encontraríamos ali uma paisagem de férias, daquelas que nos faz esquecer a cidade concretada de todo dia.
Que delícia! Carro estacionado, chuva grossinha. Muitas poças pelo chão e enxurradinhas rua abaixo. Todos felizes por desfilarem com seus queridos e pouco usados guarda-chuvas. Ninguém via ninguém. Algumas trombadas. Pés molhados. Sorrisos nos rostos. Primeira parada: Museu Biológico. Fascínio de uns, temor de outros. Cobra, cobrinha, cobrona! Espaço bonito, bem conservado. Muito bicho esquisito... Segunda parada: banheiro. Se alguém já foi com 3 de 3 e 1 de 5 num banheiro público com 5 guarda-chuvas ensopados pode imaginar que a coisa vai além de um simples xixi. Antes de autorizar os xixis, conferência da limpeza dos banheiros (nota 10). Portas abertas, descarga em série (isso mesmo, fui de cabine em cabine apertando a descarga, alta para crianças). Mãos do RoRo lavadas, mãos da Dodoca lavadas, tudo encaminhado com as outras princesas-bailarinhas. Minha vez de fazer xixi e a voz da moça da limpeza do banheiro em meio às vozes que me falavam que havia confusão, mas não eram claras para eu entender qual a confusão: “Não briguem meninas... Não precisa bater...”. Ai!!!! Bermuda arreada no meio do banheiro. Lalinha e Kicoca se pegaram por causa da pia baixinha, que não foi suficiente para duas lindas espaçosas. Camiseta da Kicoca ensopada e em choro daqueles: “Quero trocar a camiseta!!!!” . Eu não trouxe outra, respondi (sim, me dei o direito de irapenas com uma bolsinha). “Queeeeero ir emboooooora!!!!!”. E uma ideia iluminada. Coloquei um pedaço de papel toalha entre a camiseta molhada e seu corpo. Ganhei um sorriso mais iluminado do que minha ideia. Ótimo. Era vez da terceira parada: macacário. Teve nariz torcido por causa do cheiro da ração e começo de cansaço pelo uso do guarda-chuva (não que a distância de um lugar para outro fosse longa, mas nunca os quatro tinham andado tanto de guarda-chuva!). Lalinha e Kikoca resolveram me entregar seus guarda-chuvas. A chuva era mais leve do que o esforço de manter o braço na mesma posição por, a essa altura, quase 20 minutos.
Subidinha para a última atração. Choro de quero ir embora. Mas o passeio não podia acabar. Ainda estávamos no meio da tarde... Pausa nas visitações com a quarta parada: um diamante negro para cada um na lanchonete (bem ruinzinha) – o lanche para valer nos esperava em casa. Energia reposta, chuva grossa e lá fomos para o Museu de Microbiologia. Que surpresa! Depois de eu tremer de medo de alguém derrubar um microscópio, sossegamos num espaço para crianças, super lúdico e interativo. Foi difícil ir embora. As crianças amaram os jogos da maçã e do iogurte (vale a vista para saberem o que estou falando). Fechamos com uma visita rápida à Praça dos Cientistas, afinal, é hora de voltar para casa quando uma criança tenta tirar os óculos do busto de um dos cientistas!
Indo para o carro encontramos uma excursão de jovens japoneses. Espanto, admiração e vergonha, por só ter voltado ali mais de 30 anos depois. Nunca é tarde. A visita vale muito à pena! Prova disto não são os japoneses, mas a cantoria alegre das crianças e um grito com 8 mãos sobrepostas: “Irmãs irmãs, primos primos, para SEMPRE!”. Delicioso.
Viemos para casa. Eu não estava afim de manter confinadas quatro crianças em um apartamento. Já tinham assistido à TV e explorado quase todos os brinquedos de casa até a hora do almoço. Com chuva, difícil saber quem enlouqueceria antes, eles ou eu (acho que eu!). Por isto, eu procurava um passeio que tivesse cara de lazer, que fosse barato, divertido e novo, que ocupasse a toda a tarde e que fosse perto de casa. Quando estou com as quatro crianças, 3 de 3 e 1 de 5 no meu Paliozinho, meu raio de circulação tem que ser curto (eu infrinjo a lei com duas crianças no meio de duas cadeirinhas, uma no colo da outra). Embora tenha um shopping bem pertinho de casa, abomino a cômoda opção garagem-garagem que os shoppings oferecem. Primeiro por associar lazer a consumo. Segundo, porque criança nesta idade pode bem se molhar em chuva de verão. Não tive dúvida, a opção que atendia a todos os meus requisitos: Instituto Butantan.
Lá fomos nós, a mãe-tia maluca – avessa à shopping, dona de um carro popular onde é fisicamente impossível ser correta transportando 4 crianças em 4 cadeirinhas, e que adorava tomar chuva na infância –, as 3 princesas-bailarinas (trajando saias cor de rosa de fantasias indefinidas, rostos pintados e chinelos de dedo) e nosso guia turístico (já visitara o Instituto no ano anterior) e mediador (às vezes provocador) de encrencas. Um cutucão daqui e outro dali, logo nos deparamos com um lugar lindo. Depois de pelo menos 30 anos da minha única visita aoButantan, não tinha a menor lembrança ou ideia de que encontraríamos ali uma paisagem de férias, daquelas que nos faz esquecer a cidade concretada de todo dia.
Que delícia! Carro estacionado, chuva grossinha. Muitas poças pelo chão e enxurradinhas rua abaixo. Todos felizes por desfilarem com seus queridos e pouco usados guarda-chuvas. Ninguém via ninguém. Algumas trombadas. Pés molhados. Sorrisos nos rostos. Primeira parada: Museu Biológico. Fascínio de uns, temor de outros. Cobra, cobrinha, cobrona! Espaço bonito, bem conservado. Muito bicho esquisito... Segunda parada: banheiro. Se alguém já foi com 3 de 3 e 1 de 5 num banheiro público com 5 guarda-chuvas ensopados pode imaginar que a coisa vai além de um simples xixi. Antes de autorizar os xixis, conferência da limpeza dos banheiros (nota 10). Portas abertas, descarga em série (isso mesmo, fui de cabine em cabine apertando a descarga, alta para crianças). Mãos do RoRo lavadas, mãos da Dodoca lavadas, tudo encaminhado com as outras princesas-bailarinhas. Minha vez de fazer xixi e a voz da moça da limpeza do banheiro em meio às vozes que me falavam que havia confusão, mas não eram claras para eu entender qual a confusão: “Não briguem meninas... Não precisa bater...”. Ai!!!! Bermuda arreada no meio do banheiro. Lalinha e Kicoca se pegaram por causa da pia baixinha, que não foi suficiente para duas lindas espaçosas. Camiseta da Kicoca ensopada e em choro daqueles: “Quero trocar a camiseta!!!!” . Eu não trouxe outra, respondi (sim, me dei o direito de ir
Subidinha para a última atração. Choro de quero ir embora. Mas o passeio não podia acabar. Ainda estávamos no meio da tarde... Pausa nas visitações com a quarta parada: um diamante negro para cada um na lanchonete (bem ruinzinha) – o lanche para valer nos esperava em casa. Energia reposta, chuva grossa e lá fomos para o Museu de Microbiologia. Que surpresa! Depois de eu tremer de medo de alguém derrubar um microscópio, sossegamos num espaço para crianças, super lúdico e interativo. Foi difícil ir embora. As crianças amaram os jogos da maçã e do iogurte (vale a vista para saberem o que estou falando). Fechamos com uma visita rápida à Praça dos Cientistas, afinal, é hora de voltar para casa quando uma criança tenta tirar os óculos do busto de um dos cientistas!
Indo para o carro encontramos uma excursão de jovens japoneses. Espanto, admiração e vergonha, por só ter voltado ali mais de 30 anos depois. Nunca é tarde. A visita vale muito à pena! Prova disto não são os japoneses, mas a cantoria alegre das crianças e um grito com 8 mãos sobrepostas: “Irmãs irmãs, primos primos, para SEMPRE!”. Delicioso.
10 de janeiro de 2012
No cardápio: matemática da vida
Batata frita, filé de frango, alcachofra, pepino, cenoura, vagem, suco de maracujá e muita conversa de criança no jantar de hoje.
Kika, minha sobrinha que conta feliz que seu aniversário de 4 anos está chegando, conta também que sua mãe tem 21 anos. Imediatamente pensei: "Então tenho 19 as vésperas dos 40. Maravilha!".
Na função de mãe e tia, que deixa viajar mas também traz para a realidade, não pude deixar de corrigir que a mãe vai fazer 2 x 21 = 42. “Ah é”, disse ela, e não parou aí: “Minha mãe está cheia de cabelo branco, aqui ó (mostrando o cocuruto). Ela pinta, por isso que não dá para ver... Ela está ficando velhinha, bem velhinha... E eu estou crescendo.”
O jantar não virou aula de matemática, mas depois de quadruplicar a idade da mãe, sim, porque velhinha tem 84 (me perdoem as de 84, mas ainda não me imagino nesta idade e velhinha tem sempre a idade que a gente não se imagina), não pude deixar de dizer, coma tudo para você crescer bem forte!
Kika, minha sobrinha que conta feliz que seu aniversário de 4 anos está chegando, conta também que sua mãe tem 21 anos. Imediatamente pensei: "Então tenho 19 as vésperas dos 40. Maravilha!".
Na função de mãe e tia, que deixa viajar mas também traz para a realidade, não pude deixar de corrigir que a mãe vai fazer 2 x 21 = 42. “Ah é”, disse ela, e não parou aí: “Minha mãe está cheia de cabelo branco, aqui ó (mostrando o cocuruto). Ela pinta, por isso que não dá para ver... Ela está ficando velhinha, bem velhinha... E eu estou crescendo.”
O jantar não virou aula de matemática, mas depois de quadruplicar a idade da mãe, sim, porque velhinha tem 84 (me perdoem as de 84, mas ainda não me imagino nesta idade e velhinha tem sempre a idade que a gente não se imagina), não pude deixar de dizer, coma tudo para você crescer bem forte!
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8 de dezembro de 2011
Mãe não é avestruz
Vergonha pouca é bobagem para mãe de filhos entre dois e quatro anos. Sim, porque o terrível dois não acaba com os três anos, ainda mais quando se tem uma taurina em casa (nunca fui muito atrás de astrologia, mas entendi, na prática, que o taurino é touro porque vem com tudo!).
Minha pequena charmosa recebe elogios rasgados na versão gente, mas na versão touro... sai da frente! Tinha parado de bater e chamar as pessoas de “bobinhas”, que, para mim, aos três anos, é xingamento. Ontem, enquanto o médico prescrevia uma receita e ela queria ir para casa, sem a menor cerimônia, levantou a mão e foi mais rápida que minha defesa. Resultado, tomei um tapa sem dó (detalhe, ela tem castigo, mas não apanha dos pais). Hoje, com chuva, programa básico de fim de ano: ver enfeite de Natal em um shopping center, as três da tarde. A dona de madeixas que inveja loiras de plantão, cansada e com sono (mas não se entrega numa soneca depois do almoço) quis um sorvete na hora do lanche. O irmão e a prima seguiram o protocolo de escolher e pesar, mas a enfurecida taurina queria o sorvete sem pesar. Gritou, levantou a mão e me mandou calar a boca quando tentei – calma, educada, mas frustrada – explicar que não podia tomar o sorvete sem pagar.
Não existia buraco para eu me enfiar. A confeitaria lotada, aquele monte de atendente me olhando como se eu fosse um monstro (nessas horas o monstro é a mãe, que não educa) e minha filha gritando (porque a esta altura já tinha me dado outro tapa – ela sempre é mais veloz do que eu!!!!), chamado a plateia de “feias” e me mandado calar a boca. Nunca a mandei calar a boca e se eu tivesse feito isso há quase quarenta anos atrás eu teria tomado da minha mãe um safanão na boca.
Buraco não tinha. A conta ainda precisava ser paga. Eu tinha mais duas crianças e minha mãe. A vergonha tomara outra dimensão, aquela que anestesia corpo e mente, paralisando qualquer sentimento e ação. Sentei-me, sobrevivi a todos os olhares fuzilantes; ouvi uma palavra amiga da senhora da mesa ao lado: “Tive cinco, deixa, uma hora passa”.
Minha tourinha pediu colo. Abracei-a, seguindo a mesma atitude dos seus momentos de birra por cansaço. Lalinha foi voltando a forma gente. A anestesia foi perdendo seu efeito e comentei com minha mãe que tive vontade de deixa-la gritando em frente ao balcão do sorvete, longe de onde estávamos, mas que eu não podia: “Vá que alguém resolve leva-la”. A neta mais velha não teve dúvida e disse: “Mas quem iria querer levar uma menina birrenta?”. Será que na próxima eu posso fazer o que já fiz muitas vezes de deixar chorar até se acalmar e só aí eu voltar? Ai que vontade!
Minha pequena charmosa recebe elogios rasgados na versão gente, mas na versão touro... sai da frente! Tinha parado de bater e chamar as pessoas de “bobinhas”, que, para mim, aos três anos, é xingamento. Ontem, enquanto o médico prescrevia uma receita e ela queria ir para casa, sem a menor cerimônia, levantou a mão e foi mais rápida que minha defesa. Resultado, tomei um tapa sem dó (detalhe, ela tem castigo, mas não apanha dos pais). Hoje, com chuva, programa básico de fim de ano: ver enfeite de Natal em um shopping center, as três da tarde. A dona de madeixas que inveja loiras de plantão, cansada e com sono (mas não se entrega numa soneca depois do almoço) quis um sorvete na hora do lanche. O irmão e a prima seguiram o protocolo de escolher e pesar, mas a enfurecida taurina queria o sorvete sem pesar. Gritou, levantou a mão e me mandou calar a boca quando tentei – calma, educada, mas frustrada – explicar que não podia tomar o sorvete sem pagar.
Não existia buraco para eu me enfiar. A confeitaria lotada, aquele monte de atendente me olhando como se eu fosse um monstro (nessas horas o monstro é a mãe, que não educa) e minha filha gritando (porque a esta altura já tinha me dado outro tapa – ela sempre é mais veloz do que eu!!!!), chamado a plateia de “feias” e me mandado calar a boca. Nunca a mandei calar a boca e se eu tivesse feito isso há quase quarenta anos atrás eu teria tomado da minha mãe um safanão na boca.
Buraco não tinha. A conta ainda precisava ser paga. Eu tinha mais duas crianças e minha mãe. A vergonha tomara outra dimensão, aquela que anestesia corpo e mente, paralisando qualquer sentimento e ação. Sentei-me, sobrevivi a todos os olhares fuzilantes; ouvi uma palavra amiga da senhora da mesa ao lado: “Tive cinco, deixa, uma hora passa”.
Minha tourinha pediu colo. Abracei-a, seguindo a mesma atitude dos seus momentos de birra por cansaço. Lalinha foi voltando a forma gente. A anestesia foi perdendo seu efeito e comentei com minha mãe que tive vontade de deixa-la gritando em frente ao balcão do sorvete, longe de onde estávamos, mas que eu não podia: “Vá que alguém resolve leva-la”. A neta mais velha não teve dúvida e disse: “Mas quem iria querer levar uma menina birrenta?”. Será que na próxima eu posso fazer o que já fiz muitas vezes de deixar chorar até se acalmar e só aí eu voltar? Ai que vontade!
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25 de novembro de 2011
Dente de Leite
Escovo os dentes dos meus filhos todas as noites - minha revisão é sagrada - e eu não havia percebido que um dos incisivos do RoRo estava ficando molinho. Um dia, comendo um tolete de palmito em conserva, o RoRo dá um grito dizendo que o palmito tinha machucado seu dente porque estava muito duro. Achei estranho, cortei o tolete em rodelas. Estava macio, mas a região do dente sangrava. Depois que virei mãe encaro sangue, finjo que sou durona ao ver machucado, mas sou daquelas patifes que fecha os olhos quando vê a agulha de uma injeção.
Um pouco mais aflita do que o RoRo, liguei para a dentista. Como um palmito podia causar tamanho estrago? Nem passou pela minha cabeça que, com 5 anos e meio, o dente de leite pudesse estar mole. Para mim, dente só caía depois dos sete!
E patife que sou, lá fui eu na dentista para me preparar emocionalmente para a queda do primeiro dente do RoRo (muito mais eu do que ele!). O dente mole não era trauma causado pelo palmitomole; era só mais um sinalzinho de crescimento do meu garoto. Foi um bom momento para tirar todas as nossas dúvidas, dar uma pausa para a ansiedade do novo com sangue!
Exercícios diários para o dente amolecer não foram suficientes para o primeiro dentinho cair naturalmente. O permanente que vinha embaixo rasgou a gengiva apontando feliz da vida atrás do dente que estava com preguiça de amolecer para valer. Resultado, extração na cadeira da dentista. Santa Giselle! Livrei-me do primeiro fio dental amarrado no dente e na maçaneta da porta (até hoje não sei se isso é real ou fantasia, mas que isso acontecia quando eu era criança, acontecia!) ou do lenço de pano, que nem tenho, para com muita força e coragem dar aquele puxão que manchava o lenço branco de vermelho. Pânico de sangue; pânico de anestesia de dentista, que na única vez que meus pais viajaram sozinhos quando éramos crianças, meu irmão teve um problema qualquer no dente e tomou infinitas anestesias que não pegaram. Lembro-me dele chorar e não queria que o RoRo sofresse daquela maneira. Santa Giselle, mais uma vez, que com uma habilidade incrível foi conversando com o RoRo enquanto o anestesiava, que me deixou em dúvida sobre o quanto tudo aquilo era história ou estória. O fato é que nem o RoRo, nem eu, percebemos o dente ser extraído. Logo veio o picolé de uva, o dentinho e o alívio, de ambas as partes (ele também tinha seus temores de como e quando aquele dente ia cair).
Fiquei em dúvida se a Fada do Dente passaria em casa ou não. Com quase 6 anos começo a achar meio sem sentido cultivar as figuras fictícias. Na dúvida, ela não passou. Claro que dois dias depois meu banguelinha queria saber por que a Fada do Dente não tinha passado em casa. Eu tinha a resposta-desculpa: o dente estava guardado no "Livro Porta Dentinhos de Leite" (presente da Santa Giselle no dia seguinte da história do palmito) e uma vez lá, a fada não teria como pegá-lo. Como tudo, a fadinha foi esquecida...
O dentinho vizinho estava começando a ficar mole. Achei que este lance de cair dente era meio efeito dominó - cai o primeiro, dias depois o segundo, o terceiro e por aí vai. Mas não foi bem assim. O vizinho não amoleceu muito, não apareceu dente rasgando a gengiva atrás, desencanei. E quando isso aconteceu, lá começou o vizinho a reclamar a cada mordida em uma comida mais dura, com choro, perguntas e muitos temores que rondaram no capítulo "primeiro dentinho". "E se cair na escola?". A professora guarda, cuida, põe gelinho. E a mãe, pensei, fica livre do segundo! Mas para quê pensar nisto? O debaixo está sossegado no canto dele; o molinho ainda não está pendurado, tem tempo... Antes do Natal não cai. Quem disse?
Fada existe. Ela, quando a gente menos espera, aparece para dizer oi.
Hoje, no meio da correria da criançada em casa (eram cinco crianças), o RoRo vem gritando: "Mamãe, mamãe, mamãe... Meu dente caiu quando eu vesti a camiseta! Eu mordi a camiseta e ele caiu!" Ele estava feliz, radiante com o segundo dentinho na mão, limpíssimo. Olhei a gengiva, mal tinha um ponto vermelho. Mais uma vez escapei! Ufa!
Na hora pensei na Fada daquele dentinho, que hoje faria aniversário e estaria dando risada se estivesse compartilhando a alegria e o entusiasmo da criança que ela mais adorava - não que não adorasse os outros, mas o RoRo era especial para ela, e ela, muito especial para ele. Saudades da tia Tila. Seu último aniversário foi em casa, com as crianças que ela adorava. Meu bolo era capaz de arrancar dente, o pior que já fiz, mas a alegria de estar cercada das crianças foi grande. Foi sua despedida, assim, meio de surpresa, como o dentinho que parece que vai cair mas não cai. Mas quando chega a hora, ninguém segura.
Um pouco mais aflita do que o RoRo, liguei para a dentista. Como um palmito podia causar tamanho estrago? Nem passou pela minha cabeça que, com 5 anos e meio, o dente de leite pudesse estar mole. Para mim, dente só caía depois dos sete!
E patife que sou, lá fui eu na dentista para me preparar emocionalmente para a queda do primeiro dente do RoRo (muito mais eu do que ele!). O dente mole não era trauma causado pelo palmito
Exercícios diários para o dente amolecer não foram suficientes para o primeiro dentinho cair naturalmente. O permanente que vinha embaixo rasgou a gengiva apontando feliz da vida atrás do dente que estava com preguiça de amolecer para valer. Resultado, extração na cadeira da dentista. Santa Giselle! Livrei-me do primeiro fio dental amarrado no dente e na maçaneta da porta (até hoje não sei se isso é real ou fantasia, mas que isso acontecia quando eu era criança, acontecia!) ou do lenço de pano, que nem tenho, para com muita força e coragem dar aquele puxão que manchava o lenço branco de vermelho. Pânico de sangue; pânico de anestesia de dentista, que na única vez que meus pais viajaram sozinhos quando éramos crianças, meu irmão teve um problema qualquer no dente e tomou infinitas anestesias que não pegaram. Lembro-me dele chorar e não queria que o RoRo sofresse daquela maneira. Santa Giselle, mais uma vez, que com uma habilidade incrível foi conversando com o RoRo enquanto o anestesiava, que me deixou em dúvida sobre o quanto tudo aquilo era história ou estória. O fato é que nem o RoRo, nem eu, percebemos o dente ser extraído. Logo veio o picolé de uva, o dentinho e o alívio, de ambas as partes (ele também tinha seus temores de como e quando aquele dente ia cair).
Fiquei em dúvida se a Fada do Dente passaria em casa ou não. Com quase 6 anos começo a achar meio sem sentido cultivar as figuras fictícias. Na dúvida, ela não passou. Claro que dois dias depois meu banguelinha queria saber por que a Fada do Dente não tinha passado em casa. Eu tinha a resposta-desculpa: o dente estava guardado no "Livro Porta Dentinhos de Leite" (presente da Santa Giselle no dia seguinte da história do palmito) e uma vez lá, a fada não teria como pegá-lo. Como tudo, a fadinha foi esquecida...
O dentinho vizinho estava começando a ficar mole. Achei que este lance de cair dente era meio efeito dominó - cai o primeiro, dias depois o segundo, o terceiro e por aí vai. Mas não foi bem assim. O vizinho não amoleceu muito, não apareceu dente rasgando a gengiva atrás, desencanei. E quando isso aconteceu, lá começou o vizinho a reclamar a cada mordida em uma comida mais dura, com choro, perguntas e muitos temores que rondaram no capítulo "primeiro dentinho". "E se cair na escola?". A professora guarda, cuida, põe gelinho. E a mãe, pensei, fica livre do segundo! Mas para quê pensar nisto? O debaixo está sossegado no canto dele; o molinho ainda não está pendurado, tem tempo... Antes do Natal não cai. Quem disse?
Fada existe. Ela, quando a gente menos espera, aparece para dizer oi.
Hoje, no meio da correria da criançada em casa (eram cinco crianças), o RoRo vem gritando: "Mamãe, mamãe, mamãe... Meu dente caiu quando eu vesti a camiseta! Eu mordi a camiseta e ele caiu!" Ele estava feliz, radiante com o segundo dentinho na mão, limpíssimo. Olhei a gengiva, mal tinha um ponto vermelho. Mais uma vez escapei! Ufa!
Na hora pensei na Fada daquele dentinho, que hoje faria aniversário e estaria dando risada se estivesse compartilhando a alegria e o entusiasmo da criança que ela mais adorava - não que não adorasse os outros, mas o RoRo era especial para ela, e ela, muito especial para ele. Saudades da tia Tila. Seu último aniversário foi em casa, com as crianças que ela adorava. Meu bolo era capaz de arrancar dente, o pior que já fiz, mas a alegria de estar cercada das crianças foi grande. Foi sua despedida, assim, meio de surpresa, como o dentinho que parece que vai cair mas não cai. Mas quando chega a hora, ninguém segura.
21 de novembro de 2011
Quero ser menino!
A famosa "inveja do pênis" descrita por Freud não é assunto de livro. Há algumas semanas a Lalinha vem dizendo que quer ser menino. Quando questionada sobre o por quê de querer ser menino, nunca deu muita explicação. Um dia a vejo em frente ao vaso sanitário, em pé, tentando fazer xixi como menino. Quando me viu, chorou: "Quero ser menino! Quero fazer xixi em pé!". Como se a potência viesse daí... Mal sabe ela que mesmo fazendo xixi sentada ela já tem uma determinação que muito marmanjo que faz xixi em pé não tem idéia do que é... Enquanto ela descobre sua potência, viva o xixi no ralo!
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