26 de agosto de 2011

Arrebenta pipoca, Maria Sororoca!

O RoRo e a Lalinha decidiram que queriam pipoca para nosso piquenique. Mas não qualquer uma...

"Quero pipoca sem caroço", disse a Lalinha. Tentei, mas pipoca que estoura todinha sem ficar nenhum piruá, só as da Tia Tila... Saudade delas!

5 de agosto de 2011

Lobo Mau

Fazia algumas noites que a Lalinha acordava e ia para o meu quarto. No começo achei que fosse manha. Todas as vezes que eu voltava com ela para sua cama, passava um tempo e ela voltava para a minha. Ela chorava, reclamava, e eu, sonada, só pensava no movimento automático de devolvê-la à sua cama. Algumas vezes, extremamente cansada, deixava-a dormir entre mim e meu marido porque eu precisava de uma noite bem dormida.

Numa das noites resolvi perguntar o que acontecia, pergunta que eu devia ter feito desde o início (a pergunta é a coisa mais básica para tentar entender uma situação!). Ela me respondeu que tinha um lobo no seu quarto. Parti para o óbvio, dizendo que lobos não existem nos quartos das crianças, que ela podia dormir. Mas ela voltava a acordar e o ritual se repetia. Para ela o lobo continuava a existir.

Por uma razão que não tem a ver com esta história, alguém comentou comigo sobre o livro Chapeuzinhos Coloridos, de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta. Comprei o livro, li as histórias e, numa das noites, depois de tantas coisas que acontecem com os lobos das histórias das Chapeuzinhos Coloridos (vale muito à pena a leitura), tive uma idéia genial (sim, livros infantis são nossos melhores conselheiros porque usam a linguagem da criança!). Enquanto eu levava a Lalinha de volta para sua cama, disse-lhe: "Vamos falar para o lobo ir embora!". Ela topou e juntas falamos firmes: "Vai lobo, deixa a Lalinha dormir tranquila.".

Precisamos de três noites e o lobo mau partiu de vez do seu quarto - e o livro virou uma de nossas leituras prediletas. Logo mais vamos escrever a história do Lobo Mau da Chapeuzinho Rosa, que os autores deixaram para as crianças criarem...

Fantasminha do crescimento

Ontem o RoRo mordeu um palmito e gritou: "Ai meu dente!". Disse que machucou, mas não vi nada diferente. À noite, ao escovar seus dentes, percebi que o tal dente estava mole. Como um palmito podia ser tão maldoso assim?

É, mas o palmito não foi o vilão. Ele só mostrou que aquele incisivo está querendo cair...

Quanto temor começou a rondar sua cabecinha: "E se eu engolir o dente?", "E se cair na escola?", "Vai doer?", "E se cair e eu estiver dormindo?". Perguntas temperadas por lágrimas assustadas e curiosas que me fizeram lembrar da minha primeira mesntruação. Diferente de gerações anteriores à minha que foram pegas de surpresa, eu sabia o que era, que meu dia ia chegar, mas lembro-me com clareza do quanto chorei. Eu tinha completado 13 anos, mas chorava porque eu não queria aquilo para mim. Eu ainda brincava de boneca, era uma criançona. Não queria crescer, mas a maturidade batia na porta.

Com o RoRo vejo o mesmo filminho. Ele, com 5 anos e 2 meses, chora pelo temor de perder os dentes, pelo temor do novo. Pela primeira vez pensei o crescimento pela ótica do desconhecido. Crescer significa enfrentar o que não se conhece: a vida sem chupeta, sem mamadeira, sem fralda, sem grade na cama, sem os dentes!

Minha sobrinha foi das últimas amiguinhas a perder o primeiro dente e torcia para este dia chegar. O novo era um troféu. Já com o RoRo (e mesmo comigo - tal mãe, tal filho!), o novo é um fantasminha que assusta. A fadinha do dente vai ter que ser generosa para mostrar que crescer faz parte da vida...