11 de abril de 2012

Ser mãe de mais de + de 1

Normalmente o filho único queixa-se por não ter um irmão. Tenho dois e sempre achei bom poder dividir. Mas dividir mesmo eu aprendi quando tive minha filha, a segunda. Eu ouvia que o "problema" do segundo filho era o primeiro (suas demandas), mas nunca me contaram que é o segundo filho que nos ensina intensamente a matemática louca da vida: somar, dividir, subtrair e multiplicar. Com o primeiro a gente vai vivendo e aprendendo com muito mais tempo e dedicação; afinal, é apenas um.

Lembro-me com muita clareza da cena em que tive o insight do que era a matemática materna: eu amamentava a Lalinha e o RoRo me pedia colo para tomar sua mamadeira (eles têm um ano e onze meses de diferença). A cena já tinha ocorrido algumas vezes, mas esta em que tomei consciência do sentimento de ter que me dividir foi única e fundamental para eu ter a certeza de que é maravilhoso ter mais do que um filho, não sob o ponto de vista da criança, mas sob o ponto de vista da mãe, que ganha uma elasticidade muito grande para ser e estar na relação com os filhos (e todas as outras pessoas). Acho que um único filho ensina isto, mas não com a mesma intensidade que dois, e imagino, três, quatro... Parei nos dois e tenho belas lições todos os dias. Uma delícia!

3 de abril de 2012

Quem cochicha o rabo espicha

O RoRo divide bastante seu dia a dia conosco. No jantar de ontem contou que as meninas da sua classe cochicham. Perguntei se ele sabia o que era cochichar e ele explicou o que era gesticulando, colocando a boca perto do ouvido do pai, escondida por sua mão. Muito bem. Sabia o que falava. Dissemos que quando as amigas cochicharem ele pode dizer: “quem cochicha o rabo espicha”, mas que ele não poderá achar ruim se elas responderem: “quem reclama o rabo inflama”. Ele achou divertido.

Hoje, voltando da escola (que pena que muitos pais perdem este fantástico momento seguido de tantas experiências ricas), ele diz que as amigas não cochicharam. Repetimos a parlenda e perguntei-lhe se ele sabia o que era espichar. A resposta foi negativa. Expliquei que espichar era crescer, crescer bem rápido.

Lalinha, mais do que depressa, disse: “a tia do Vitor cochicha!”. Aos desavisados, a tia do Vitor é, no imaginário da Lalinha, a mulher mais alta do mundo! Ela espichou demais. Será que cresceu muito por que cochichou na escola, como as amigas do RoRo?!